P.: Por que os cachorros costumam lamber o próprio pênis?
R.: Uma explicação simplista seria: porque eles conseguem.
Mas, do ponto de vista xenoetológico, a auto-felação canina não é considerada um comportamento inusitado, já que é praticada pela maioria dos cachorros, se não todos.
Já o caso humano certamente se enquadra, por ser, ao que tudo indica, praticado por minoria ínfima. Isso vale mesmo na hipótese de que a raridade da prática nos homens se deva a dificuldades técnicas.
Lembro-me de ter lido em algum lugar que isso seria praticado por cerca de 0,3% dos homens, mas não consegui localizar a fonte dessa informação. Não sei também se tal pesquisa se baseou em informação de possíveis praticantes, ou depoimentos de médicos especializados em problemas de coluna vertebral.
Embora sejam em pequeno número, não faltam entusiastas. Destaca-se Gary Griffin, autor de The Art of Auto-fellatio: Oral Sex for One, que pode ser adquirido na Amazon. Diz a resenha editorial:
The ultimate in safe sex -- self-performed oral pleasure at any hour of the day! If you've ever dreamed about this practice, this book can make your fantasy a reality. Packed with photos, advice, stories and training tips by men who know what they're doing!
Forgive the hype: this is also a serious examination of the history (through a variety of reports) and application of self-performed oral sex. It's both a fascinating examination of social perceptions and cultural mores, and a guide to specifics.
Provando que o Inusitado Sexual não conhece limites, é possível encontrar na Web material sobre técnicas ainda mais raras e difíceis, como é o caso da auto-sodomia.
P.: E transportar US$ 100.000,00 na cueca? Pode ser considerado um comportamento sexual inusitado?
O inusitado, no caso, decorre do incômodo. Como não circulam cédulas de mais que US$ 100,00, deduz-se que havia pelo menos mil notas, o que não devia ser nada confortável. Além disso, pouco inteligente, pois deve ter sido exatamente a semelhança com o perfil corporal do então deputado Roberto Jefferson que chamou a atenção dos policiais. Por isso, o crime organizado prefere transportar valores em materiais de maior relação valor/volume do que papel-moeda (diamantes etc.), o que permite formas mais íntimas de transporte.
Quanto a possíveis aspectos sexuais, consultei, como de costume, meus amigos psicanalistas. Como sempre, as opiniões divergiram. Sigismundo, o Alegre, considerou a guarda de dinheiro em tais lugares como resultante de uma fase anal mal resolvida. Já Guilherme, o Rico, pelo contrário, considerou-a como sinal de sexualidade desinibida e profissional, à semelhança das strippers. Embora não goste de polícia, chegou a especular sobre possíveis aplicações policiais de sua máquina de captação de orgônios, as partículas que constituiriam os quanta de energia orgásmica, que ele teoriza seriam realçados pela proximidade do dinheiro.
Como sempre, a explicação mais sensata me pareceu ser a de Carlos Gustavo, o Jovem. Segundo este, a participação do Sexo se dá no plano simbólico: o Sexo provê o local, o Dinheiro o meio, e o Poder o fim, completando mais uma vez a Unidade da Trindade simbólica formada por Príapo, Mamona e Wotan. Naturalmente, minhas fontes na Ordem da Grande Fênix, não gostaram dessa explicação. Eles, na qualidade de cultores do Sexo, não admitem associações sequer simbólicas com a Confraria de Csífodas, idólatra do Dinheiro, ou a Sociedade do Grande Dragão, cuja razão de ser é o Poder.
Já Manuel Rui Pontes opina:
Essa parangona foi debatida em minha tasca na Alfama, onde foi motivo para muita piada. Um da malta comentou que transportar assim tamanho balúrdio devia ser muito incómodo; outro disse que não, desde que se usasse cuecas folgadas; ao que um terceiro retrucou que, nesse caso, não ficaria a guita devidamente segura; portanto, aduziu um quarto, tudo devia estar devidamente amarrado à pila. Um que é do sul do país comentou que lá se chama de pila também ao dinheiro, mas nunca imaginava que no Brasil se juntava assim coisa com coisa, tão literalmente. Concluiu-se, ao fim e ao cabo, que isso foi sarilho de aldrabões pacóvios.
Por outro lado, segundo a opinião técnica de Metódio Prudente:
A questão do transporte íntimo de altas somas tem implicações preocupantes para os usuários da Informática. Microprocessadores avançados têm maior relação valor/volume do que metais preciosos ou drogas, e têm-se especulado sobre a possível utilização deles pelo crime organizado, como meio de transporte de altos valores. Observou-se, inclusive, um aumento significativo do número de roubos de carregamentos de microprocessadores, em escala mundial. Existem problemas com o fator de forma e os pinos, é claro, mas nada que técnicas adequadas de embalagem não possam resolver.
Talvez essa tática já esteja sendo mais usada do que se supõe; isso explicaria certos comportamentos inusitados de nossos computadores.
Como se vê, talvez os microprocessadores tenham tornado os diamantes obsoletos para o transporte íntimo de valores. Mas dizem que estes ainda são, como queria Marilyn Monroe, a girl’s best friend.
P.: Um dia eu estava vendo uma dessas CPIs na televisão. O deputado Roberto Jefferson estava falando de um araponga que dizia que era comandante da Marinha. Uma hora o deputado disse: Se esse aí foi da Marinha, ele nunca saiu da barrica. O que o nobre parlamentar queria dizer? Tem a ver com o teste da farinha?
R.: Referia-se a um tradicional costume dos lobos do mar. O teste da farinha define a ordem de prioridade na barrica.
3 comentários:
Por falar em Wotan, é ele o cão da foto?
Dizem que o Marilyn Manson retilou duas costelas só para poder fazer autofelação... Huia...
Não, não é o Wotan...
Postar um comentário