domingo, 21 de novembro de 2010

Pergunte ao Zé – VIII

P.: Zé, o que o Macho acha dos filmes do Stallone?

Zé: São um exemplo de filmes que, normalmente, estarão na lista negra do Macho. Exceto, talvez, filmes como O Juiz ou O Especialista, que são engraçados e onde ele não fica tão pelado. Bem, em O Especialista, até fica bem pelado em uma cena, mas a Sharon Stone fica pelada junto, o que ameniza um tanto.

P.: O que você acha da afirmação do Sr. Madruga de que um homem deve ser feio, forte e formal?

Zé: Para o Macho, todo homem é feio, portanto ser feio não é vantagem nenhuma. Esquisito, para um homem, é achar outro homem bonito, exceto, talvez, um filho ou neto.

Força também não quer dizer nada. O primo Zé Minerim é magrim, amarelim, quase raquítico. Mas compare com um ganhador de Mister Universo para ver quem é mais Macho.

Formal? Bem, o Macho não fica com muitas intimidades, certamente não com outros homens. Mas essa história de "formal" parece coisa de diplomata, e aí já meio que cai para o outro lado.

P.: O que você acha daquelas nadadoras da velha Alemanha Oriental?

Zé: O Crivo do Zé só avalia Macheza. Femeza, tem que ser com o Crivo da Mafalda.

P.: Zé, e o Carlos Zéfiro? É do seu tempo? Você comprava? Lia escondido? Cumequié?

Zé: Eu era crítico. Zéfiro e colegas sempre aguardavam minha crítica com ansiedade, para saber se passavam no Crivo.

P.: Zé, você fornece atestado de Macheza?

Zé: Para começar, não gosto dessa história de fornecer. Qualquer coisa. Eu emito um atestado, mas não é para a macheza do macho, é para a conformidade dos produtos que o Macho consome com os preceitos em relação ao Crivo (uma espécie de kosher, mas sem frescuragem).

Macho não precisa de atestado, pois, só de olhar, todo mundo já sabe que é macho. Aliás, é bom não olhar muito. E o atestado é para os outros, não o próprio Macho, que, em princípio, duvida de tudo e de todos.

P.: Zé, não é espantoso que nem o Chuck Norris não passe no Crivo?

Zé: Como disse antes, é muito espalhafatoso. O Verdadeiro Macho é discreto, e não precisa de presepadas. A Macheza dele é evidente pela simples presença tranqüila.

P.: Então você não acredita mesmo na Macheza do Chuck Norris?

Zé: Claro que não. E vou por um ponto final nessa história, relembrando algumas das piadinhas do Chuck. O apelido já é meio fresquinho, aliás. Se fosse Macho mesmo, ninguém chamava de Chuck, chamava de Mr. Norris, ou talvez Big Charles, para as mais íntimas. Vamos lá:

Quando Chuck faz sexo com um homem, não é porque seja gay, mas porque as mulheres acabaram (clássica desculpa esfarrapada).

Chuck Norris só se masturba para fotos de Chuck Norris (narcisismo não é coisa de Macho, que além disso está sempre bem abastecido e não precisa se masturbar).

Chuck Norris perdeu a virgindade antes do pai dele (mal explicada, essa).

Chuck Norris vendeu a alma ao Diabo em troca da beleza rude e da habilidade em artes marciais. Depois, tomou a alma de volta com um roundhouse kick. O Diabo gostou, ficaram amigos e agora jogam pôquer toda segunda (jogar pôquer com um cara que é amante do Saddam?).

Chuck Norris ressuscitou um bezerro natimorto com uma longa esfregada de barba (roçando barba num bezerro? Por longo tempo? Acabou de entregar).

O principal produto de exportação of Chuck Norris é dor (onde, santa?).

Chuck Norris uma vez derrubou um avião inimigo apontando o dedo e gritando: "Bang!" (vê se macho faz isso!)

Chuck Norris não precisa engolir quando come (perguntem como ele adquiriu essa habilidade).

sábado, 13 de novembro de 2010

Pergunte ao Zé – VII

P.: Zé, o que você acha das guarda-costas do Qaddafi?

Zé: Grande Qaddafi! Até subiu no meu conceito, pois eu achava o jeitinho dele meio suspeito. Ele deve ter lido a série Duna, e gostou da ideía das Oradoras-Peixe. O problema é se, depois que ele morrer, elas virarem Honradas Madres.

Agora, o Macho, mesmo, não precisa de guarda-costas, mas poderia adotar esse costume só para impressionar as massas. Claro que não por ele mesmo, mas pelas massas.

P.: O que acha da idéia do Clodovil de decobrar o cabinete dele com uma cobra? Mais especificamente, uma cobra naja de metal que servirá como base de apoio para sua mesa dele, chamada “Marta”?

Zé: Com o risco de parecer esnobe (porque o Macho pode ser esnobe, mas não pode parecer): Tout ça pour épater les bourgeois.

Ora, vá à merda, Clodovil, com todo o respeito por seu estado falecido. Não por ser gay, mas por ser um reaça FDP, e ainda metido a piadista. Se você, em vez de homenagear o Grande Dragão com essa cobra, pelo menos expusesse uma réplica do Instrumento do Vida Longa, estaria demonstrando mais bom gosto.

P.: Zé, o que você acha do livro “The Manly Art of Macho Cookery”?

Zé: Americano tem muita dificuldade em captar o conceito de Macheza, que eu só não defino como trascendentalmente zen, porque essas histórias de transcendental e zen não passam no Crivo.

Quando americano diz macho, geralmente ele quer dizer machão, aquele cara fedorento, que coça o saco etc., ou machista, o que considera as mulheres com inferiores. Nesse último caso, geralmente é de brincadeirinha, só para provocar as feministas, mas mesmo assim é bobagem. O livro mistura esses conceitos todos.

Mas gostei de algumas receitas, como a Bruschetta de cebola caramelizada e queijo azul, principalmente porque o sujeito escreveu errado (Bruscetta, que se pronunciaria bruxeta; mas ou menos o inverso daquela história do Tommaso Buscetta). Achei sugestiva a do Salmão, a Outra Carne Rosada. Mas a Torta de Sorvete para Bundões, nada a ver...

P.: Zé, é verdade que no seu tempo os Machos eram como nesse vídeo do Apache do Tommy Seebach?

Zé: Hmmm, o tecladista não passa no Crivo. Está felizinho demais. Macho, quando está por cima da carne seca, ou, melhor ainda, da carne fresca, considera isso como nada mais do que o estado natural das coisas. Portanto, exibe, no máximo, uma expressão de discreta condescendência.

Além disso, pelo que me consta, esse é um vídeo viral, de uma família que mixa a vídeo do cara felizinho com um monte de áudios de outras músicas. Certamente existem nerds Machos, mas esse é o tipo de brincadeirinha de nerd também felizinho. Passo.

P.: Zé, você tem religião?

Zé: Digamos que sim. O Culto da Macheza Absoluta, da qual sou o Venerável e Infalível Sumo Sacerdote. A modéstia me impede de revelar quem é o Ser Supremo nessa religião.

P.: Zé, você poderia recomendar os melhores filmes "pra macho", ou até mesmo elaborar uma lista dos melhores filmes "machos" de todos os tempos?

Zé: Ver "filmes pra macho" não é Coisa de Macho, e muito menos elaborar uma lista de. Macho não vai ao cinema ver machos, verdadeiros ou pretensos. Como também não vai ao cinema só para ver mulheres, já que essas ele tem na vida real quantas achar cabível.

Conclui-se que o Macho vê os filmes que e quando houver por bem.