sábado, 13 de novembro de 2010

Pergunte ao Zé – VII

P.: Zé, o que você acha das guarda-costas do Qaddafi?

Zé: Grande Qaddafi! Até subiu no meu conceito, pois eu achava o jeitinho dele meio suspeito. Ele deve ter lido a série Duna, e gostou da ideía das Oradoras-Peixe. O problema é se, depois que ele morrer, elas virarem Honradas Madres.

Agora, o Macho, mesmo, não precisa de guarda-costas, mas poderia adotar esse costume só para impressionar as massas. Claro que não por ele mesmo, mas pelas massas.

P.: O que acha da idéia do Clodovil de decobrar o cabinete dele com uma cobra? Mais especificamente, uma cobra naja de metal que servirá como base de apoio para sua mesa dele, chamada “Marta”?

Zé: Com o risco de parecer esnobe (porque o Macho pode ser esnobe, mas não pode parecer): Tout ça pour épater les bourgeois.

Ora, vá à merda, Clodovil, com todo o respeito por seu estado falecido. Não por ser gay, mas por ser um reaça FDP, e ainda metido a piadista. Se você, em vez de homenagear o Grande Dragão com essa cobra, pelo menos expusesse uma réplica do Instrumento do Vida Longa, estaria demonstrando mais bom gosto.

P.: Zé, o que você acha do livro “The Manly Art of Macho Cookery”?

Zé: Americano tem muita dificuldade em captar o conceito de Macheza, que eu só não defino como trascendentalmente zen, porque essas histórias de transcendental e zen não passam no Crivo.

Quando americano diz macho, geralmente ele quer dizer machão, aquele cara fedorento, que coça o saco etc., ou machista, o que considera as mulheres com inferiores. Nesse último caso, geralmente é de brincadeirinha, só para provocar as feministas, mas mesmo assim é bobagem. O livro mistura esses conceitos todos.

Mas gostei de algumas receitas, como a Bruschetta de cebola caramelizada e queijo azul, principalmente porque o sujeito escreveu errado (Bruscetta, que se pronunciaria bruxeta; mas ou menos o inverso daquela história do Tommaso Buscetta). Achei sugestiva a do Salmão, a Outra Carne Rosada. Mas a Torta de Sorvete para Bundões, nada a ver...

P.: Zé, é verdade que no seu tempo os Machos eram como nesse vídeo do Apache do Tommy Seebach?

Zé: Hmmm, o tecladista não passa no Crivo. Está felizinho demais. Macho, quando está por cima da carne seca, ou, melhor ainda, da carne fresca, considera isso como nada mais do que o estado natural das coisas. Portanto, exibe, no máximo, uma expressão de discreta condescendência.

Além disso, pelo que me consta, esse é um vídeo viral, de uma família que mixa a vídeo do cara felizinho com um monte de áudios de outras músicas. Certamente existem nerds Machos, mas esse é o tipo de brincadeirinha de nerd também felizinho. Passo.

P.: Zé, você tem religião?

Zé: Digamos que sim. O Culto da Macheza Absoluta, da qual sou o Venerável e Infalível Sumo Sacerdote. A modéstia me impede de revelar quem é o Ser Supremo nessa religião.

P.: Zé, você poderia recomendar os melhores filmes "pra macho", ou até mesmo elaborar uma lista dos melhores filmes "machos" de todos os tempos?

Zé: Ver "filmes pra macho" não é Coisa de Macho, e muito menos elaborar uma lista de. Macho não vai ao cinema ver machos, verdadeiros ou pretensos. Como também não vai ao cinema só para ver mulheres, já que essas ele tem na vida real quantas achar cabível.

Conclui-se que o Macho vê os filmes que e quando houver por bem.

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