Formigas ferozes versus monges pacifistas
No templo budista de Ang Hock Si, na Malásia, os monges e seus fiéis costumam meditar sob uma figueira sagrada. Entretanto, apareceu uma praga de formigas na figueira, e eles costumam cair sobre os devotos, e as picadas são dolorosas. Os monges são capazes de ignorar a dor por meio de um tipo especial de meditação, mas, segundo diz notícia da BBC Brasil, em consideração aos devotos menos avançados no caminho da luz, os monges estão procurando formas de persuadir as formigas a ir embora. Bem, isto depois de tentarem um aspirador de pó, que não deu certo.
Os monges são proibidos de fazerem mal às formigas, ou encorajar alguém a fazê-lo, mas, dizem que, se alguém aparecer espontaneamente e lidar com elas sem o envolvimento deles, esta terá sido a vontade do universo.
Como se vê, bobos eles não são. Como diria filosoficamente o Zé Mineirim, num caso desses: uai, se alguém dé um jeito nas bichinha, fazê o quê, né, sô?
Aranha macho põe “cinto de castidade” na fêmea
Os machos da aranha-vespa (Argiope bruennichi) já correm riscos demais no amor, como acontece com os colegas de outras espécies aracnídeas. Sendo muito menores do que as fêmeas, costumam ser devorados logo após os finalmentes, fazendo as vezes de sobremesa. Para piorar, as fêmeas são promíscuas, e se houver outro macho disponível por perto, logo traçam esse também, em ambos os sentidos. Naturalmente, isso reduz a chance de cada macho de deixar descendência.
Mas não para o aranho-vespo. Simplesmente, na hora de tirar, ele deixa a pontinha do dito cujo lá dentro. De certa forma, é o simétrico daquela história de só a cabecinha. Com isso, se não conseguir fugir em tempo, pelo menos a descendência está garantida, já que a pontinha funciona como um cinto, ou melhor, uma rolha de castidade: outros machos não conseguirão depois depositar seu esperma. O tampão não atrapalha a postura de ovos, pois a fêmea tem portas separadas para a entrada e a saída. No final das contas, o macho fica meio castrado, mas pelo menos tem a garantia de que será um feliz pai.
Isso é que é medo de ser corno. Deixar um pedaço lá dentro, só para ter certeza de que os filhotes não vão sair com a cara do vizinho!
Ratos sabem da própria ignorância
Só sei que nada sei, disse Sócrates, demonstrada a capacidade dele para o que os cientistas chamam de meta-cognição, e muitos consideram como traço essencial da consciência humana. Bem, talvez não tão essencial; segundo Bertrand Russell, apenas os inteligentes são cheios de dúvidas, enquanto os imbecis são cheios de certezas.
Mas um estudo de Jonathon Crystal e Allison Foote, da Universidade da Geórgia, mostra que os ratos parecem estar no time dos inteligentes. Eles tinham que classificar sons emitidos pelos pesquisadores como “curtos” ou “longos’. Nos acertos, ganhavam uma porção de comida, e nos erros nada ganhavam; e podiam também desistir, em cujo caso ganhavam meia porção. Alguns sons de duração média eram difíceis de classificar e, nesses casos, desistir era uma estratégia mais segura. O estudo mostrou que, com o tempo, os ratos aprendiam sobre a própria capacidade de classificar, e só arriscavam quando sabiam que tinham alta chance de acerto.
Muita gente pode aprender alguma coisa com eles.